sexta-feira, novembro 25, 2005

351 A 360 - POEMAS E PROSAS MINHAS

354 - NOSSAS MADRUGADAS

Beijamo-nos na madrugada
quando a lua se vai esconder
Ela nos dá uma ansiedade amada
que vai durando até amanhecer
A lua vai desaparecendo
Até que o raiar acontece
Nosso desejo vai crescendo
numa paixão que apetece
E o sol, seus raios trouxe
a nossos corpos embevecidos
E numa paixão amarga e doce
nos perdemos enlouquecidos
E a ternura da madrugada
nos deu este secreto paraíso
Que nos levou a loucura amada
do nosso sentimento conciso
Amando, nova lua procurámos
para nossos desejos ardentes
E ela, lá encontrámos
nas madrugadas em nós presentes

de: fernando ramos
25.11.2005

353 - AMOR DE PRIMAVERA

Eu ouvi a primavera por ti chamar
e meu coração ficou palpitando
Sou feliz em querer acreditar
que o teu, pelo meu está amando

Na aurora dizem que o sol é rei
e é feliz por trazer calor à terra
Aí, onde nosso amor é lei
numa vida, que para nós não encerra

E a primavera que por ti um dia procurou
trouxe belas fragrâncias à nossa vida
Onde alegra nosso jardim de lindo tom
da nossa felicidade que não está sumida

E o sol do nosso namoro de primavera
segue as lei da nossa vida aberta
Ele vive no reino, de quem nos dera
o amor eterno do grande poeta

de: fernando ramos
24.11.2005

352 - A DOCE IDADE DO SABER

A idade, traz o saber
e também a subtileza
E alguns acabam por ter
pensamentos que são riqueza

Os idosos bebem cultura
dos que sabem bem pensar
A eles, oferecem-lhes ternura
que ninguém pode roubar

Dedicam-se à gente nova,
que os tratam com gentileza
E lhes oferecem uma bonita trova
guardada na fortaleza

Ela fala da vida e do amor
que devem ter quando casar
E não há que esconder o rigor
que constitui o pensar

de: fernando ramos
23.11.2005

351 - ENCRUZILHADA

A vida, é um empréstimo de Deus
Que vamos pagando aos pedaços
Com ela, vem ensinamentos seus
Para nossa vivência de leves traços

Amor, é um sentimento da natureza
Que se vai conquistando dia a dia
Vamos o distribuindo com subtileza
Aos filhos que a gente cria

A esperança, é uma divida à vida
Que a guardamos no coração
Mas por vezes a sentimos perdida
Porque pensamos ser uma ilusão

É Impossível controlar a roda do destino
E nem vale a pena tentar mudá-lo
Deus o traça para nós muito certinho
Porquê todos o querer mudificá-lo

A vida e o destino, andam de mão dada
E a esperança dá-lhes o seu calor
O amor com beijos lhes paga
Para que todos sintam seu sabor

de: fernando ramos
22.11.2005


341 A 350 - POEMAS E PROSAS MINHAS

350 - VOU PARA A ESCOLA

Vou para a escola aprender,
e depressa a vou encontrar
As letras terei de saber,
e os números preciso contar
É tarde para isso acontecer,
mas a vida para aí não me levou
Não consigo compreender,
porque o destino não deixou

Eu para a escola quero ir
mas agora é tarde de mais
Irei a tempo de conseguir
saber as letras e outras tais

Quero aprender a ler
mas têm de me ensinar
Quero aprender a escrever
mas têm de me ensinar
Quero aprender a contar
mas têm de me ensinar
Quero aprender a somar
mas têm de me ensinar

Esta minha ignorância,
não dá para perceber
Não estudei em criança,
e, isso não consigo entender
Dizem que agora é tarde de mais,
mas isso pouco me importa
Porque se todos somos iguais,
a escola vai-me abrir a porta

de: fernando ramos
19.11.2005

349 - TEU CORPO É ARTE

Vejo teu corpo nu, com ternura
como um quadro famoso de um pintor
Meus olhos nele, vem tanta doçura
que os faz brilhar de muito amor

Teu corpo é lindo como um poema,
escrito por um trovador afamado
Que um dia o cantará em cena,
deixando o publico deslumbrado

E se ele for visto por um escultor,
cinzelará a pedra com mais brandura
E nela deixará seu saber com amor,
que fascinará o mundo da cultura

Mas se houver outro famoso artista,
que por ele entre em perdição
Eu ficarei muito mais egoísta,
e de ti, jamais abrirei mão

Por ti, até sonho acordado,
e tenho ciúmes que me mate
Vivo num torvelinho apaixonado,
pelo teu corpo que é arte

de: fernando ramos
18.11.2005

348 - ESCREVER PARA TI

Minha escrita é meu tesouro
que chega num movimento ondulante
Eu a guardo como se fosse ouro
mas se não vem, fico espectante

Não será um acto de cobardia
por me faltar alguma inspiração
Sei que o cansaço cega a sabedoria
e é tão nefasta é essa sofreguidão

Será de mentes arejadas
escrever sempre em cristalino
Palavras boas e confortadas
escritas todas em redemoinho

E a poesia vem num sopro quente
trazendo vendavais de felicidade
Para ti eu escrevo de presente
e em total liberdade

Poderá ser um poema embaraçado
que te dirá, alguma parte de mim
decerto que até seria engraçado
eu o escrever só para ti

de: fernando ramos
17.11.2005

347 - DE METRO COM AMOR

Meu amigo passageiro,
que vais no teu passo apressado
Entras no metro com algum dinheiro,
para um destino já traçado

E nesse seguro transporte,
não vês com algum rigor
Arte de fino recorte,
de artistas de muito valor

E em painéis extraordinários,
as paredes expôem o saber do artista
que o oferece aos passageiros diários
que bem este transporte utiliza

E de metro com amor
vai gente de futuro incerto
Com vidas de algum pendor
trabalhar para um patrão esperto

E neste belo transporte
viaja o adulto e a criança
em carruagens de grande porte
que a todos leva em segurança

No metro todos querem ir
porque lá se vai sempre mais além
Apanham o comboio que há-de vir
que os leva a todos muito bem

de: fernando ramos
16.11.2005

346 - VAIS SEGURA

Vais na rua, e vais segura
de encontrares o homem
que um dia na tua vida se cruzou,
e te deu esperança,
porque olhares se trocaram,
promessas se fizeram e beijos ficaram
Teu amor ele levou,
teu sorriso nele ficou,
mas teu coração agora está só

Vais na rua, e vais segura
de quem tem o teu olhar,
teu sorriso e o teu amor,
vais voltar a encontrar,
e tudo recomeçará
Mas o homem que
por ti um dia se cruzou
e tu amaste,
não mais vai voltar

Vais na rua, e vais segura
mas triste, chegou a ansiedade
ao teu coração
O homem da tua esperança
não chega
E então uma emoção
errante te invade,
e noites sombrias
certamente vão chegar

Vais na rua,
mas já não vais segura
Agora tens um
destino inexorável a cumprir
porque alguém ficou
com teu olhar e teu sorriso,
outro amor tens de encontrar
e que te devolva tua alegria,
que hoje é um triste poema

de: fernando ramos
15.11.2005

345 - CELESTE A FLORISTA

Celeste, artista popular
vende flores num mercado
em Alvalade,
onde mora próximo

À noite, prepara seu vestido
e coloca seu xaile preto,
e vai para os lados de Alfama,
cumprir seu sofrimento calado

E lá, numa casa típica,
ao som das guitarras
canta bonitos fados
Onde, a muitos enlaça
com sua voz graciosa
que faz sentir a todos
o gosto que o fado tem

E ela canta, canta,
canta fados com muito
amor e emoção
Neles, deixa um sofrimento
conciso e junta sua solidão
Ela está só, e o fado
é a sua única razão de vida

Celeste, a florista
que tão bem sabe cantar,
por alguns momentos da noite
os outros faz feliz
De dia, bem cedinho
volta para o mercado
para sua vida ganhar

O fado é a sua grande paixão,
que a vai consumindo de amor
À noite a felicidade acontece,
que ela a toma aos bocados
E entre trinados de uma guitarra,
os sentimentos acontecem,
deslumbrando outros, que
a sua vida eles desconhecem

E o povo, ama a Celeste
que a faz esquecer
sua triste vida solitária
Ela canta para a alma de todos,
com sua voz serena, bela e certa,
onde se bebe as palavras
escritas pelo o poeta

Ela vai sendo feliz assim
distribuindo a solidariedade a vidas,
que sabe-se lá seus passados
De manhã ao raiar do dia,
lá está Celeste no mercado vendendo
suas flores de belas fragrâcias a pessoas,
que nem sequer imaginam,
a sua alma vadia de fadista

Celeste, é assim que ama a vida,
e só pede felicidades
para todos que à noite
a ouvem cantar


de: fernando ramos
15.11.2005

344 - FLORES DO MEU BEM AMAR

Conheci na Travessa dos Barbadinhos,
ali para os lados da Esperança
Uma negra que levava seus livrinhos,
para dar à sua criança

Ela é uma mãe solteira,
a quem a vida não ajudou
Amou de forma ordeira,
um homem que dela abusou

Hoje sou eu que a amo,
e com ela vou casar
A minha negra a quem chamo,
flor do meu bem amar

Agora à travessa vamos,
recordar nossos encontros
E lá muito nos beijamos,
que de amor ficamos tontos

E ela ali baixinho me diz,
meu branco bem danado
Ela é a mulher que sempre quis,
para meu coração desatinado

Agora as duas estou amar,
minha negra e sua criança
Elas a mim me vão dar,
uma vida cheia de esperança

Estas duas belas preciosidades,
eu a Deus muito agradeço
Só peço muitas felicidades
para as flores de quem eu pertenço

de: fernando ramos
15.11.2005

343 - IGREJA DA SÉ

Hoje vou à Igreja da Sé
Rezar a Cristo, por meus pecados
Ando por caminhos mal traçados
Por ter perdido minha fé

Vou numa vida que não quero
E não é por falta de sorte
Se for por aí, me espera a morte
Mudar meu caminho eu espero

Peço a Cristo solenemente
Para terminar meu pesadelo
Meu passado preciso esquece-lo
Quero uma vida decente

Rogo a Deus para perdoar
Meus pecados de vida má
Eles me desgraçam por cá
Não quero voltar a pecar

E, na Igreja da Sé que me é querida
Me converto ao Santo Cristo caridoso
Recebo do seu coração piedoso
A volta da minha fé perdida

de: fernando ramos
13.11.2005

342 - A NAU DO ZECA TELHADO

E nessa tua Nau Catrineta,
que muita gente anda a gostar
Não tenhas a critica serena,
para a reacção não passar
Se não, ela vem por aí fora,
Nossos espíritos incomodar
Zeca, tua Nau a malta adora,
fica sempre a Naucatrinar
Para tua sátira lhes fazer doer,
grita Abril, até que a voz te doa
Manda os gajos todos comer,
porque a revolução é coisa boa
Obrigado pelas tuas Naus
que rolam como uma esfera
São bonitas e dão tautaus
a muitos da blogosfera

341 - CANTO AO MUNDO

Canto às mágoas da vida,
e ao amor também
Canto às arvores, cuja sombra refresca,
e nos abriga das tempestades que vêem

Canto ao mundo que está em perigo,
e aos homens que não se entendem
Canto alegria que persigo,
e às fêmeas que seus filhos lambem

Canto aos homens de boa vontade,
e às mulheres pelo nascer da criança
Canto à vida e à liberdade,
que nos trazem uma nova esperança

Canto às tristezas dos dias,
num Outono amargurado
Canto à paz que tu bem querias,
mas chega num triste fado

Canto ao amor que feliz nos deixa,
quando a guitarra toca a esperança
Canto a quem tanto deseja,
o sorriso de uma criança

Canto a quem muito quer,
uma criança adoptar
Canto à vida que amo,
bem como quem me quer amar

de: fernando ramos
12.11.2005


sábado, novembro 12, 2005

321 A 340 - POEMAS E PROSAS MINHAS

340 - ABRIL, SEMPRE ABRIL GRITA O POVO

O inimigo não passará,
Porque Abril venceu
O povo sempre lutará,
Por um Portugal que é seu

Não pense a reacção,
Que entregamos o nosso país
Lutaremos de armas na mão,
E, é o povo que vos diz

Na liberdade está a razão,
E é a Democracia que o povo quer
Abril está em nosso coração,
Por ele, luta o homem e a mulher

Abril, sempre Abril, grita o povo,
Na sua sabedoria preciosa
Todos querem um país novo,
Porque a situação é melindrosa

Os inimigos de outrora,
Hoje levantam a cabeça
Temos de os mandar embora,
Antes que ele por aí apareça

Ó heróis do meu país,
O povo a vós vos ama
Desde há muito que por aí se diz,
Que estão perdendo a vossa chama

Mas o povo não acredita,
Nesse boato mentiroso
Por vós o povo grita,
Tragam um novo Abril vitorioso

de: fernando ramos
12.11.2005

339 - QUEM É CEGO?

Vai o ceguinho no metro,
Pedindo esmola por caridade
Aos passageiros do transporte certo,
Que circula por debaixo da cidade

Poderá ser uma humilhação,
Para quem vê tal cena
Mas o pobre tem de ganhar o pão,
E do ceguinho não tenham pena

É triste haver quem pensa assim,
De quem precisa no mundo sobreviver
Serão mais cegos para mim,
Que tal infelicidade não quer ver

Quando vires o cego no transporte,
Não tenhas desdém nem pavor
Ele apenas teve má sorte,
Neste mundo de desamor

Ele é gente como vós,
A quem a vida não foi generosa
Mesmo assim gosta de nós,
Não tenhas essa atitude perniciosa

Deixa o bom cego se governar,
Nesse seu modo de vida
A eles devemos mais amar,
Porque sua alegria é contida

Mas, muito calor ele tem,
Que o distribui sem qualquer rigor
E se de alguém recebe desdém,
Ele o retribui com amor

de: fernando ramos
11.11.2005

338 - EMPREGNADA DOÇURA

Vem o sol receber-nos,
depois de uma noite
de vai e vem colorida
Ele sorri ao nosso amor
resplandecente,
da madrugada apetecida

Vem com a alvorada,
aquecer nossos sentimentos
electrizantes
Trazendo vendavais
de felicidade,
a nossos corpos incandescentes

E de novo,
com o raiar do dia
que vai entrando pela janela
O amor vem atrás de amor,
recomeçando outro
bem bom que asfixia
Dando continuação aos
sublimes momentos,
que a nós não nos espantaria

E, nos amamos sem poréns,
na nossa nudez de prazer
Que continua num movimento
firme e ondulante,
num desejo total
ascendente de bom viver

E nessa aurora,
que nos leva a mais
vontades sentidas de loucura
A nossa secreta sedução,
só termina,
em empregnada doçura

de: fernando ramos
12.11.2005

337 - A FILHA DO PESCADOR

Bate o sol na choupana,
de manhãzinha ao nascer
Ele brilha e não reclama,
até ao fim do dia, ao entardecer

A choupana é do pescador,
e da sua filha que ainda é donzela
Ele lança as redes com vigor,
para muito peixe cair nela

O pescador, vai na sua canoa ao mar,
e a donzela fica na choupana
Porque, peixe seu pai vai pescar,
para sua filha que muito ama

Ao regressar ao seu lugar natural,
O pescador traz a canoa pesada
Vai na onda para o areal,
juntar-se à filha que não é casada

Ela procura um grande amor,
para na choupana ser muito amada
Mas é que o pobre do pescador,
a sua filha, não vê casada

E ele volta para o mar,
procurando um golfinho amigo
E, a ele vai-lhe explicar,
o problema que traz consigo

O golfinho o ouve, e vai embora,
para no mar alto um marinheiro encontrar
Que o leva ao amigo pescador, na hora
para a sua filha donzela, dele gostar

E tudo foi como pensaram,
A donzela viu o marinheiro do golfinho
Logo ali. eles se gostaram, e casaram,
e da choupana fizeram seu ninho

O pescador voltou para o mar,
na sua amiga canoa, que muito lhe diz
Com o golfinho se foi encontrar,
e com ele, por lá ficou muito feliz

de: fernando ramos
9.11.2005

336 - A CARTA DE PÊRO VAZ DE CAMINHA

A nove de Março de mil e quinhentos,
de Belém partem Naus e Caravelas
Vão para lugares julgados cinzentos,
com os nossos valentes que vão nelas

Pêro Vaz de Caminha, ia na Armada,
que era capitaneada por Pedro Alvares Cabral
Foram por mares de água salgada,
procurando novos mundos para Portugal

E, em vinte e dois de Abril, desse mesmo ano
Arribaram a um lugar, que chamaram de Vera Cruz
Talvez ali chegar tivesse sido um engano,
mas foi bom verem tanta beleza que Deus ali produz

E logo Pêro Vaz de Caminha, o escrivão,
na sua singela escrita, relata na carta ao rei
Sua Alteza Real D. Manuel, e seu patrão,
a nova do achamento, daquela terra sem lei

Os nossos homens ficaram deslombrados,
por ver terras que possuem tanta beleza
E ter gentes de belos corpos pardos,
de bons rostos e narizes, que lhes dão fineza

Mais admirados ainda ficaram,
por eles terem à vista, suas vergonhas
Da sua nudez nossos valentes reparam,
das nativas, que não eram tristonhas

E o nosso escritor, a boa terra nova descreve,
na sua mais simples magia de contar
E na carta diz que ao povo lá, pouco serve,
tantas belezas de encantar

E vai relatando ao pormenor,
a vivência de todo este povo
Que deixa os nossos homens na maior,
felicidade do achamento novo

E então prendas lá se trocaram,
com os nativos daquelas vidas belas
Alguns, dos nossos homens eles abeiraram
dando arcos, com penas vermelhas e amarelas

E a primeira missa também foi lá dita,
pelo padre frei Henrique
E foi tal a devoção descrita,
que querem que a religião lá fique

E viram lá mulheres e homens pintados,
de algumas cores, mas mais para o vermelho
e muitos nativos de beiços furados,
que dançaram com o nosso gaiteiro

E todos andavam muito felizes,
misturados naquele areal
Fazendo amizades que deram petizes,
donde dai veio, uma cor de pele especial

E Pêro Vaz Caminha escrevia, escrevia
tudo o que naquele achamento se passou
Para sua Alteza Real, que cá depois lia
as belezas que muito os maravilhou

Papagaios e outras aves eles viram,
de várias cores muito bonitas
As mulheres suas penas as queriam,
que as faziam muito catitas

E lá deixámos homens de fé e fervor,
para fazer dos nativos bons cristãos
Ensinando-lhes o evangelho de Nosso Senhor,
que iria fazer deles bons irmãos

E naquelas águas infindas e belas,
os portugueses, o achamento transformaram
Num imenso Brasil de aguarelas,
pelas raças que sempre muito se amaram

E tudo foi descrito até ao pormenor,
por Pêro Vaz de Caminha, na sua escrita natural
Deixando a carta, que é uma preciosidade maior,
que hoje, é considerada património mundial

de; fernando ramos
09.11.2005

335 - A FLORESTA

Aconchega o sol à floresta,
que lhes dá vida e destreza
vem de manhã, e a ela se presta
cuidar de sua beleza

A floresta, a tudo dá vida,
às aves, flores e aos riachos
Ela é uma esperança sentida,
até aos frutos e seus cachos

A floresta é a natureza,
desde o inicio dos tempos idos
A nós, dá-nos toda a sua singeleza,
que nos torna irmãos, e seus filhos

Minha floresta, meu amor
a ti destroem os loucos
Tu não deixes por favor
que acabem contigo aos poucos

A floresta é o nosso pulmão,
gritam alguns em todo o mundo
Mas o homem na sua ambição,
leva o ambiente ao fundo

Temos de salvar a floresta,
para a nossa sobrevivência
Sem ela, mais nada nos resta
A não ser esta vida em decadência

Da ganância dos madeireiros,
está o mundo cheio, de gente desta
São homens que por alguns dinheiros,
vão acabando com a nossa floresta

Deixo um apelo ao mundo irmão,
para que a floresta seja estimada
Ela é a alegria e o nosso pulmão,
desta nossa vida quase esgotada

de: fernando ramos
9.11.2005

334 - VIAGENS

Fiz algumas viagens pelo mundo,
e que bonitas imagens delas tenho
Algumas são, contudo
das quais mais depressa venho
Essa são as viagens pequenas,
que se fazem a algumas cidades da Europa
Elas por vezes não são nada serenas,
porque das malas, alguém lhes faz a troca
Esse é um grande aborrecimento,
e passamos sempre um mau momento
É que de viagem boa, passa a tormento,
quando devia de ser, de divertimento
Mas há umas viagens que valem bem a pena,
como ir a Londres, Madrid ou Paris
Ou então, a Atenas, Roma e a Viena
que são das mais bonitas que já fiz
E há outras que até nos deixam pasmados,
como ir ao México, Tailândia e Brasil
Ou então ir às Caraíbas, a Barbados,
são todos passeios bons, e de mais notas mil
Andar pelo mundo é bonito, bom, e sabe bem,
e há tantos países muito interessantes
E porque não, viajar por Portugal também,
que é um país gentil, lindíssimo e cativante
Viajar, se puder é o melhor que há,
outras gentes, e culturas vamos conhecer
Algumas são bem diferentes de cá,
por isso viajar, é sempre um prazer
de: fernando ramos
7.11.2005

333 - SOFRIMENTO

A dor, faz-nos muito mal,
tanto de noite como de dia
Ela dá-nos uma vida sombria,
ao nosso destino desigual
E desta nossa pura agonia,
vem um gemer natural
Todos eles vêem do mal,
do corpo que não merecia
Com este sofrimento de dor,
vem também alguns martírios
Trazendo a nós, alguns lírios,
que chegam com algum primor
Eles vão com o nosso mal,
para um destino desconhecido
Que fica num céu apetecido,
onde de lá, se vê o nosso funeral
Aí, a dor tem toda a sua cura,
nesse paraíso de bem estar
Não mais ela vai voltar,
nem o sofrimento, mais dura
de: fernando ramos
6.11.2005

332 - CONSELHO DE AMIGO

Não te esperava já amigo,
Faz pouco tempo que me deixaste
Fiquei bastante surpreendido,
Quando a minha casa regressaste
É que estás algo diferente,
E recordo outros tempos passados
Ias casar, e andavas novamente contente,
e disso, rimos que nos fartámos
É que, já estiveste casado
E foi ela que te abandonou
Fizeste-la passar um mau bocado,
Porque outra, à porta lhe tocou
Não podes levar essa vida,
De com várias mulheres andares
É que assim, estás sempre de saída,
Por de outras mulheres gostares
Hoje vens só, e triste,
Algo contigo não está bem
Será que a mulher com que partiste,
Te vai deixar também?
Eu estou sempre por aqui,
E comigo podes contar
Mas se ela gosta de ti,
Decerto te vai perdoar
A vaidade cega a sabedoria,
E tu já devias saber isso
Levas a vida que ela não queria,
E não te apercebeste disso
Devias conhecer esse teu defeito,
E teres muito mais cuidado
Já perdeste uma mulher de respeito,
E com esta, também está tudo acabado
Segue um conselho, amigo meu,
Porque tens um destino a cumprir
Não queiras o que não é teu,
Basta-te, a que contigo irá sempre dormir
de: fernando ramos
5.11.2005
331 - LUAR DA MADRAGOA
Ia olhando a noite boa,
E pedidos fazia ao Luar
Queria um amor, já tido na Madragoa,
Que hoje não paro de o recordar
Um dia, esse amor encontrei
E foi num Beco, que vi seu olhar
Por ele logo ali me enamorei,
Que ainda hoje continuo a gostar
Numa curva do Beco nos amámos,
Num torvelinho louco de sentimentos
E também nesse árduo leito deitámos,
lágrimas e alguns lamentos
Porque minha paixão foi embora,
E na Madragoa, só fiquei
Agora sofro, e meu coração chora
pela mulher que ali muito amei
Hoje na noite, a ando a procurar,
E o luar da Madragoa ma trouxe
O meu amor mais não vou deixar,
Porque para mim, ela é um doce
Descobri o seu olhar na Madragoa,
E dele não mais me vou separar
Com ela quero ter toda a noite boa,
Com o luar, a ver-nos amar
de: fernando ramos
4.11.2005

330 - ANA ROSA

Nos meus tempos de estudante,
pelo Bairro Alto eu andava
À porta de uma taverna, numa daquelas
ruas estreitas, conheci lá Ana Rosa
Era uma mulher feita e fogosa, onde seu corpo
de alguma formosura, num vão de escada
de um prédio velho, tornava
minha juventude mais saborosa

Ana Rosa, e todas as Anas Rosas,
que por aquela rua vagueavam naquela época,
como falsas virgens, mais não faziam que
vender seu corpo meio descoberto
Onde pouca fazenda cobria suas
vergonhas que eram oferecidas
por algum dinheiro aos homens,
ou rapazolas como eu, que por ali passavam

O pouco dinheiro que eu tinha,
dado por meus pais, eu o guardava,
e esse dinheiro, com mais alguns trocos,
que docemente surripiava à pobre da minha avó,
me levavam àquelas ruas, pelo menos
uma vez por mês, e a Ana Rosa eu queria,
pois ela era a mulher de meus sonhos eróticos,
sensuais, e também o meu conforto

Ela só não sabia ensinar-me amar,
como era boa ouvinte,
e, na minha inocência de vida
lhe contava minhas tontarias
de rapaz atrevido
E Rosa ria, ria, como ela ria meu Deus,
seu sorriso era tão bonito,
como seu corpo de belas curvas

Bem depressa, deixei de ir àquelas ruas
escuras, tristes e de má fama por causa
dos pecados da vida
Mas tivesse eu dinheiro, a ela eu iria todos os dias
Que saudades eu tenho da minha vida de rapaz doidão,
como dizia Ana Rosa, e baixinho me sussurrava
ao ouvido, dizendo como gostava ser dona
da rua do pecado, só para estar sempre comigo

Hoje passo pelo Bairro Alto,
e claro já lá não está a Ana Rosa,
mas eu a recordo com amizade, e se calhar
com algum amor que fiquei por aquela mulher
que sempre achei gostosa
Àh, tivesse eu dinheiro,
e quando era jovem, aquela rua de pecado,
eu oferecia à Ana Rosa

de: fernando ramos
3.11.2005

329 - AMAR NAS DUNAS

Há noite, levo o meu amor ao monte,
que fica bem próximo do mar
Já de lá, olhamos o horizonte,
para sabermos onde nos podemos amar
Decidimos ir para a beira do mar,
e lá na arei nos aconchegámos
Ali nos beijamos devagar,
e dos nossos sonhos até falámos
Entretanto uma onda atrevida chegou,
molhando nossos corpos já bem quentes
Era uma que nunca banhou,
paixões assim tão ardentes
Dali, então nós saímos,
e fomos para as dunas do lado poente
Ao chegarmos lá, para elas sorrimos
porque nesse leito nos amaríamos perdidamente
E foi assim que tudo aconteceu,
com bons momentos de grande esplendor
Até que depressa amanheceu,
a às dunas devemos este ondulado amor
Para o mar nós olhámos,
agradecendo à onda que nos banhou
Porque nas dunas docemente nos amámos,
naquela noite que bem depressa passou

de: fernando ramos
3.11.2005

328 - FILHOS DA RUA

São filhos da rua,
Mas chamam lhes, os sem abrigo
Tem esta má sorte, que podia ser a tua,
Andar nesta vida com algum perigo

Vivem junto da natureza,
E alguns, é sem eira nem beira
Sabemos nós, com alguma certeza,
Que são poucos, que esta vida queira

Todos eles tem muitas histórias,
E algumas são, bem bonitas talvez
Mas agora as suas vitórias,
É viver um dia de cada vez

Eles, não são desgraçados,
Nem uns pobres coitadinhos
Alguns vivem esperançados,
Que a vida mude, mesmo aos bocadinhos

Para eles, a esperança é uma cedência,
Que pediram em tempos à felicidade
Querem, e procuram paciência
Para ultrapassar esta infelicidade

Ser sem Abrigo, até nem bem soa,
E alguns querem novas oportunidades
Só que a moral, já não é boa,
Para quem vive assim nas cidades

de: fernando ramos
02.11.2005

327 - O TERREMOTO DE 1755

Faz hoje, duzentos e cinquenta anos,
que este pequeno país foi arrasado
Foi quase todo pelos canos,
e um povo ficou infernizado
Portugal tremeu, a bom tremer
e ficou completamente destruído
Todos ficaram na miséria, e sem comer
e muito teve de ser reconstruído

O fogo queimou casas, e quase tudo,
e o mar, à cidade muito longe chegou
Nove minutos levaram o país ao fundo,
num tremor de terra, que tudo devastou
Grande desgraça teve Portugal,
que foi engolido pelas altas ondas do mar
Era um desastre de causa natural,
que um povo, a teve de suportar

Foi a um de Novembro, que tudo aconteceu,
onde Portugal inteiro ficou muito sofrido
O povo, esse nunca esmoreceu,
e fez um país novo, e bem reconstruído
Somos um povo forte e valente,
quando a desgraça nos bate à porta
Depois somos muito displicente,
ao pensarmos que ela está morta

E um novo país foi construído,
com o Marquês de Pombal à frente
Foi tudo muito bem sucedido,
que ainda hoje há uma construção decente
O povo ergueu uma obra bela e boa,
e fez-se uma maravilhosa cidade
Todos têm orgulho de Lisboa,
que é uma terra para a posteridade

Somos um país com uma linda história,
E temos de ser, mais amigos de nós
Levamos esta terra à nossa vitória,
em nome dos nossos queridos avós
Não deixemos morrer Portugal,
que tantos construíram com muita dor
É o nosso país, e não há outro igual
vamos todos dar-lhe o nosso profundo amor

de: fernando ramos
1.11.2005

326 - MULHER DE PERDIÇÃO

Ando eu pouco vestida
Por ruas e becos mal iluminados
Procurando o pecado da vida
De destinos, não bem encaminhados

Aos homens eu me ofereço
Para alimentar meu vicio
Não julguem que sou, o que pareço
Estou nesta vida em sacrifício

A maldita droga me apanhou
Numa infância mal sucedida
Ela, meu destino traçou
Fazendo de mim, a mulher perdida

Agora, nos Becos eu ando
numa triste vida e infeliz
Quero sair dela, e não sei quando
Mas acho que Deus, um dia me diz

Nesta minha má fortuna desgraçada
Ando nela, porque a vida lá me levou
Desejava tanto, ser antes uma mulher amada
E afinal, sou aquilo que sou

Não há mal, que eu não cure
Mas este, só quando a morte me levar
Nem tenho tristeza, que pouco dure
Em meu corpo, que assim não vai amar

Não passo de uma mulher de perdição
Que vim ao mundo sem sorte
Trago remorsos no coração
Que só passarão, com minha morte

de: fernando ramos
31.10.2005

325 - MINHA ORAÇÃO

Rezo a Deus, pelos pecadores
Que vivem em perdição
De Deus não são pescadores,
Das almas que estão na escuridão

Meu pai, perdoai-nos a todos
Pela nossa falta de fé
Nascemos e vivemos num toldo,
Que nos cobre a miséria, que vai na ralé

Pela árvore conheces o bom fruto,
Que vive dentro do pecado
Separa-o, e torna-o astuto
Para que nos tire, deste destino traçado

Ó Deus, dá luz aos homens maus,
Para que se dêem com o irmão
São eles que criam o caos,
A todos que estão na razão

Na tua infinita bondade,
Traz a paz a todos nós
Dá-nos amor e liberdade,
Para que não fiquemos sós

Não deixes, beber a dor do teu cálice
A teus filhos de pecado
Perdoa-lhes, porque alguém lhes disse
Que és bom, e lhes dás a verdade

Rezo a ti, meu bom Deus
Pelo pecado imundo
Guarda os filhos teus,
Da desgraça deste mundo

de: fernando ramos
31.10.2005

324 - A VIDA NO SEU CARROSSEL

A vida é um carrossel,
que dá muitas voltas sobre si mesma
Subindo e descendo num movimento
ondulante, conforme as circunstancias
Precisamente como os cavalos,
carrinhos e outros bonecos em madeira
como há nos carroceis por esse mundo fora
Girando sempre no sentido do destino,
como gira, gira a nossa vida
num estontear,
de sobe e desce permanente
Seguindo sempre o rumo
por Deus traçado, desde o inicio
Que só termina quando faz um click,
porque a respiração ali findou,
acabando a vida nesse preciso momento,
como se o empregado do carrossel
desliga-se a corrente eléctrica,
chegando ali o seu final de viagem
A vida é um carrossel, que irá perpetuar
sempre, e sempre através dos tempos,
nós só temos de seguir o seu percurso

de: fernando ramos
30.10.2005

323 - AÇORES - S.MIGUEL

S.Miguel, ilha de água e Fogo,
que a todos trazes felicidades
Tua beleza é como um jogo
na Caldeira das Sete Cidades

Ponta Delgada a Tua Cidade,
tem lagos de encantos sem fim
Eles trazem curiosidade,
aos turistas e a mim

És uma ilha que produzes chá,
ananases e até charutos
E nas Furnas bom cozido há,
já não falando de mais frutos

Tens lagoas de enorme beleza,
com vegetação tropical
E flores que não trazem tristeza,
para o nosso querido Portugal

S.Miguel meu amor,
apesar de eu não ser daí
Te visito e trago teu sabor,
e falo de ti aqui

de: fernando ramos
30.10.2005

322 - GALINHA DOIDA

Sou uma galinha constipada,
E dizem que tenho gripe
Já tenho minha vida estragada,
Não tarda que alguém me frite

Que vai ser de mim meu Deus,
Com a destruição que nos estão a fazer
É que, já tenho amigos meus
Que nem servem para comer

Sou uma galinha doida varrida,
E a mim todos me perseguem
Tenho pouca esperança de vida,
Porque agora todos me temem

Ó senhores sábios do mundo
Descubram lá a vossa vacina
Porque nós temos um gosto profundo
de andar cá, cantando em surdina

de: fernando ramos
30.10.2005

321 - ESPERAR À CHUVA

Vou fugir das gotas de chuva
que caiem em meu corpo que espera
Por um amor que chega e não turva
Sua vida que me supera

E à chuva aguardo meu amor
Que está na caravela que vai atracar
Vem de um mar de bela cor
para de mim, ele se abeirar

A sua caravela ainda não chega
e esta chuva não vai parar
Mas meu amor dela me aconchega
neste inverno que está a entrar

A caravela ao cais atracou
E depressa nos fomos encontrar
Meu amor à chuva me falou
Que muito me queria amar

E lá fomos nós feitos loucos
Para nosso leito de muito sabor
Amamo-nos bem e aos poucos
num vai vem de muito esplendor

E as gotas de chuva lá pararam
Quando o prazer à nossa cama chegou
E meus lábios a meu amor sussurraram
Que meu corpo, a ele sempre o amou

de: fernando ramos
29.10.2005


This page is powered by Blogger. Isn't yours?